A Ferrari entrou em turbulência na reta final da temporada da Fórmula 1. Depois da pausa de verão, a equipe não só perdeu terreno para a Mercedes como ainda vê a Red Bull se aproximar perigosamente no Mundial de Construtores. Internamente, o clima azedou — e Charles Leclerc já não esconde a frustração:
“Parece que somos apenas passageiros do carro.”
De vice garantido a risco de perder pódio
Antes das férias, em Budapeste, o chefe de equipe Fred Vasseur celebrava a renovação de contrato com otimismo. O objetivo era claro: manter o vice-campeonato entre os Construtores, já que a McLaren parecia inalcançável. Chegou até a prometer vitórias até o fim do ano.
Mas setembro virou o jogo. Nos quatro GPs após a retomada, a Ferrari marcou só 38 pontos e foi superada por Red Bull (96), McLaren (91) e Mercedes (89). O desastre tirou a escuderia de Maranello da vice-liderança e a colocou em terceiro lugar, com a Red Bull apenas oito pontos atrás.
A queda foi um choque para quem apostava que a nova suspensão da SF-25 resolveria parte dos problemas do carro e recolocaria a equipe no caminho das vitórias. Em vez disso, a Ferrari não subiu mais ao pódio desde a pausa, enquanto os rivais evoluíram — a ponto de a Red Bull, com Verstappen, voltar à briga pelo título de Pilotos.
Vasseur minimiza, mas críticas crescem
Mesmo com o mau momento, Vasseur tenta manter o discurso otimista:
“É frustrante que, nos últimos dois fins de semana, em Baku e Singapura, não conseguimos extrair o máximo do carro”, disse o francês, garantindo que a base técnica para brigar no topo existe.
Lewis Hamilton, também em busca de resultados, publicou mensagem motivacional nas redes após o GP de Singapura:
“As manchetes contam só a parte ruim. O que me motiva é ver como a equipe reage quando algo sai do controle.”
Leclerc perde a paciência
Leclerc, porém, vê a situação de outra forma. No sétimo ano na Ferrari, o monegasco foi direto:
“A Red Bull deu um passo à frente e alcançou a McLaren. Agora a Mercedes também está no mesmo nível de McLaren e Red Bull. Depois, viemos nós. Parece que somos só passageiros do carro.”
As declarações expõem a tensão interna e a falta de um plano claro para 2026, ano que será decisivo com a mudança de regulamento. As relações entre os departamentos da equipe também dão sinais de desgaste.
Com Hamilton já perto dos 40 anos e Leclerc cada vez mais impaciente, a Ferrari corre contra o tempo. Ganhar em 2026 virou questão de sobrevivência — e até lá, a prioridade é não fechar o ano apenas como a quarta força de um campeonato que começou sonhando com o título.
Fonte: gazzetta.it
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