Sainz critica foco “exagerado” da F1 em celebridades
O piloto espanhol Carlos Sainz expressou insatisfação com o rumo das transmissões da Fórmula 1, afirmando que a categoria tem dado atenção excessiva a celebridades e parceiras dos pilotos, enquanto momentos importantes da corrida passam despercebidos.
Durante o GP de Singapura, o piloto da Williams teve uma atuação sólida, subindo do fim do grid até o 10º lugar, mas afirmou que nenhuma de suas ultrapassagens foi mostrada na transmissão oficial.
“Eles não mostraram nenhuma das quatro ou cinco ultrapassagens que fiz no final. Também não mostraram a perseguição de Fernando [Alonso] a Lewis [Hamilton]. Muita coisa importante ficou de fora”, disse Sainz em entrevista à rádio espanhola El Partidazo de COPE.
“A F1 está indo longe demais”, diz o espanhol
Sainz destacou que entende o interesse do público em ver reações e bastidores, mas reforçou que o foco deve continuar sendo o que acontece na pista:
“É compreensível mostrar reações em momentos tensos, mas só se o respeito pela competição for mantido. Ultimamente, parece que a prioridade é filmar as namoradas e os VIPs em vez das disputas reais.”
O espanhol também comentou sobre o ambiente nos paddocks, cada vez mais lotados de convidados:
“Às vezes há tantos VIPs que é difícil andar. Precisamos usar bicicletas ou patinetes porque não dá para circular.”
O impacto de Drive to Survive e o público global
O sucesso da série Drive to Survive, da Netflix, impulsionou a popularidade da F1 entre novos públicos — especialmente nos Estados Unidos — e ampliou o interesse na vida pessoal dos pilotos.
Embora reconheça o papel da série na expansão do esporte, Sainz alerta que o equilíbrio está se perdendo:
“O outro lado é interessante, mas não podemos perder o foco principal. A F1 é corrida, não reality show.”
Pilotos pedem mais respeito à essência do esporte
A fala de Sainz reflete um sentimento crescente entre os pilotos, que pedem que a produção da FOM (Formula One Management) recupere a ênfase na competição e nas disputas em pista.
Com a F1 vivendo uma era de grande visibilidade global, o desafio será equilibrar o entretenimento e o respeito à essência do automobilismo.
FOnte: The Guardian
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